As duas primeiras fotos são de 1983, portanto de 39 anos atrás, quando eu tinha 22 anos e era apresentador da Rádio Globo 1.120. A emissora recém tinha substituído a lendária Continental (assim, de regata, deve ter sido num fim de semana quando não tinha público).
Fiquei na rádio aproximadamente um ano e meio. O programa que eu mais apresentei se chamava Comunicação Global e ia ao ar das 14h às 18h, de segundas às sextas-feiras. Por vários meses teve um auditório e, também por isso, foi uma verdadeira escola de comunicação.
O diretor era o Mourão Filho, um cearense difícil de lidar, que tinha sido transferido de uma rádio de Belo Horizonte, do mesmo grupo. Mas tenho ótimas recordações desta época. Muitos amigos ficaram para a vida toda. Entre os apresentadores estavam Mário Beling, Morais Filho, Dorneles Rosa, Adelmo Morais entre outros. Um deles com quem estabelecemos uma amizade mais sólida foi o Pedro Borba, que infelizmente já partiu para outra dimensão. Era apresentador e também diretor comercial.
Chegamos a dividir um apartamento na Av. João Pessoa, quando ele já trabalha na Rádio Princesa, que pertencia ao Jornal do Comércio. Era boa gente, mas divergíamos amistosamente em quase tudo. Também na Globo conheci os jornalistas Plínio Nunes com quem trabalhei novamente mais tarde na Editoria de Polícia da Zero Hora, e Vera Somer. Plínio também já deixou esse plano terreno.
Operadores de áudio passaram uma penca porque havia uma rotatividade muito grande. Suportar o Mourão não era simples. O Vanderley da Rosa, recentemente falecido em Montenegro, era o chefe deles, um profissional muito competente. O Jorge Peixoto Silveira foi meu companheiro de Comunicação Global por muito tempo, na época do auditório. Fazíamos milagre: um ficava na técnica e o outro numa sala ao lado e não nos víamos.
A comunicação entre nós era por uma janelinha aberta na parede. Mesmo com a precariedade da estrutura o programa chegou a ficar em 3º lugar no IBOPE meses a fio, um feito. O Jorjão, trocou as mesas de áudio por uma oficina de automóveis e é meu amigo e parceiro até hoje.
Ainda me lembro do Mano Délcio (que ainda não era famoso), do Diógenes Araújo, o Kid Tampinha, o Nelmo Beron, o Nelson Silva (que durante o programa se transformava na personagem Gaudência, de vestido de prenda e salto alto), do cearense Erismar (não lembro o sobrenome). E muitos outros com quem convivi menos tempo. Foi nesta época que aprendi a “me benzer” no Twin, um bar famoso ali na Rua da Ladeira, que ainda existe.
E, claro, não posso esquecer dela senão eu apanho quando chegar em casa: foi na Rádio Globo que conheci a Beatriz Araújo, que começou a trabalhar de telefonista/recepcionista poucos dias depois que eu entrei na emissora. Resumindo (fora alguns contratempos da vida) estamos juntos até hoje, há 40 anos. Um de nós vai pro céu. Também é desta época nossa amizade com os então ouvintes Newton Correia e a Lêni, de Sapucaia do Sul.
A terceira foto é de meses depois (talvez anos), quando eu estudava Jornalismo na Unisinos. Alguém clicou durante a cadeira de Fotografia.