O médium e escritor natalense Rogério de Almeida Freitas, que utiliza o pseudônimo de Jan Val Ellam, já publicou mais de 40 livros sobre Reintegração Cósmica. As obras foram psicografadas – recebidas de espíritos e seres extrafísicos, que vivem fora do orbe terrestre – ao longo dos últimos 30 anos.
Até julho de 2021 está planejado o lançamento de pelo menos mais cinco volumes, que ainda serão escolhidos entre os títulos: A Evolução Possível; A Matrix do Kaos, As Duas Faces da Verdade, Muito Além do Espiritismo, Projeto Talma e Shiva e a Esquecida Origem do Yoga, entre outros. Ellam ainda psicografou outras dezenas de livros que, admite, não sabe se terá fôlego para publicá-los.
A Rebelião de Lúcifer
O escritor publicou seu primeiro livro, Reintegração Cósmica, em 1991. Nos anos seguintes vieram Caminhos Espirituais e Carma e Compromisso finalizando a sua primeira trilogia. O tema central da narrativa é a Rebelião de Lúcifer que teria se iniciado por volta de 700 mil anos atrás, quando Yel Luzbel (Lúcifer) teve, involuntariamente, o “lacre da criação” rompido. A Rebelião de Lúcifer desencadeou a vinda dos “Exilados de Capela” – tanto de espíritos quanto de seres biológicos – para a Terra, tema também retratado na história antiga (veja O Livro de Enoch) como a teoria dos “Anjos Caidos”.
O desenvolvimento da mediunidade de Ellam se iniciou no Centro Espírita “Casa de Lucas” e teve continuidade do Grupo Atlan, que não tem vinculação religiosa, ambos em Natal, Rio Grande do Norte. A partir da publicação das primeiras obras Ellam começou a dar palestras sobre o tema pelo Brasil e o exterior e difundir seu trabalho a partir da Rádio Atlan (www.radioatlan.com.br) e outros meios de comunicação.
Mais recentemente o autor criou vários institutos que visam aprofundar os estudos em questão para grupos específicos de interessados. Entre eles estão o Instituto de Estudos Estratégicos e Alternativos (IEEA), Instituto de Estudos Espirituais Profundos (IEEP) e o Instituto de Alma e Mente (Instalm), todos com acesso via internet pelo portal www.janvalellam.com.br a preços módicos.
Desvendando um universo com mais de 13 bilhões de anos
A obra de Ellam é vastíssima e os assuntos tratados vão desde a criação do universo, há mais de 13 bilhões de anos terrestres – e da Terra-, passando pelas várias fases do nosso planeta, culminando com o surgimento do homo sapiens, que acabou herdando a responsabilidade de gerir o planeta. O autor explica que demorou muitos anos para ser convencido pelos “irmãos espirituais” a servir de intermediário para muitas revelações que só agora a humanidade está minimamente preparada para saber. Como Ellam afirma receber mensagens de seres extrafísicos – que vivem no universo paralelo, não-material-, além de espíritos, desenvolveu suas atividades e palestras fora do ambiente formal Espírita, onde nem todos aceitam informações que consideram fora “da doutrina”.
Além da capacidade de se comunicar com espíritos mais avançados e seres de outras dimensões, o escritor é um estudioso incansável. Já se aprofundou em mais de 60 mitologias como a grega, hindu, egípcia e celta e concluiu, com a ajuda dos seus mentores espirituais, que as mitologias são verdades. Foram tratadas como mito em função da ignorância do ser humano, que recém começava a ter consciência crítica quando cada época se passou.
Esclarecendo dúvidas
Outra questão é indiscutível. Ellam é um ser humano humilde e amável com todas as pessoas com quem se relaciona. Intermediado por uma funcionária da sua editora atual – a Conectar Editora – para saber se ele ou alguém de sua equipe poderia esclarecer algumas dúvidas sobre a obra, mesmo por e-mail, esse jornalista foi surpreendido por uma ligação telefônica do próprio Ellam que se colocou à disposição para responder as perguntas.
Uma das questões foi a seguinte: Muitos leitores são céticos e afirmam que Ellam, na verdade, é um ficcionista. O escritor explica que ele próprio não tem certeza se o que pensa saber são verdades absolutas. “Fui aconselhado pelos amigos espirituais a publicar os livros mesmo assim, para que os conteúdos possam servir pelo menos como pontos de reflexão. No futuro, as próximas gerações de homo sapiens- e, também, as extraterrestres – certamente saberão aprofundar os temas e separar o que serve do que possa estar equivocado”. Portanto, concluiu Ellam: “É bom que os leitores continuem tratando as revelações como ficção, mas sem deixar de refletir sobre as mensagens”.
O anti-reencarnacionista Livro de Urântia
Essa obra foi “recebida” como revelação por uma pessoa até hoje não revelada ao longo de vários anos a partir de 1928, durante o sono – o grupo que editou o livro, coordenado pelo cirurgião e psicanalista americano William Samuel Sadler, afirma que não se tratou de um médium – em Chicago, Illinois (EUA). A publicação, com mais de 2 mil páginas, foi lançada na década de 50 do século passado cercada de muitos mistérios a respeito de quem realmente a recebeu. Os seres que o transmitiram teriam sido espíritos muito evoluídos que, praticamente, passaram a história da humanidade e do cosmos a limpo, descrevendo os vários universos que teríamos – seriam pelo menos 7 – e relatando uma história extraterreste até então inédita na Terra.
Um dos diferenciais do livro, por exemplo, são conteúdos sobre Jesus – a quem denominam Cristo Michael – dezesseis vezes mais que a própria Bíblia. Em um vídeo disponível no IEEA e encontrável através de qualquer mecanismo de busca da Internet, Ellam afirma que a obra é muito profunda e qualquer pessoa que busca o conhecimento deveria lê-la. Mas o Livro de Urântia é taxativamente anti-reencarnacionista. Ou seja, defende que os espíritos que encarnam na Terra são novos e assim o fazem pela primeira e única vez. A evolução se daria após a morte do corpo nos chamados Mundos Moronciais. Como a obra de Ellam é toda reencarnacionista esta foi uma das perguntas formuladas: como o livro podia ser profundo se contradizia um dos fundamentos da sua obra, o reencarnacionismo?
Ellam respondeu que gosta de conhecer argumentos que sejam antagônicos ao que pensa como forma de expandir a mente, para não ficar com uma visão limitada das coisas. “O Livro de Urântia é de uma amplitude jamais vista até então sobre a questão extraterrena”, frisou. Afirmou que a obra lhe disponibilizou muito material de estudo e que, inegavelmente, ampliou o seu “psiquismo”. Acrescentou ainda que os editores do livro não tinham o conhecimento do “Espiritismo” por isso não puderam levar em conta estes ensinamentos. Concluiu dizendo que os seres extraterrestres, retratados no Livro de Urântia, não têm, necessariamente, mais conhecimento do que nós terráqueos. “Ainda assim, é importante conhecer a realidade de outros mundos”, arrematou.
Javé não tem alma?
Um dos “personagens” mais complexos abordados por Ellam em seus livros e palestras é Javé, o “Deus dos Judeus” que seria o mesmo Brahma, na mitologia hindu, ou Alá, cultuado pelos islâmicos. Numa determinada palestra Ellam explicou que Javé não tinha alma, mas que seu espírito havia caído na sua própria criação – que é o nosso universo biológico e o universo paralelo não-material – cuja criação teria sido um equívoco. O questionamento foi este: como Javé não tem alma se o seu espírito caiu na sua criação? Alma e espírito não é a mesma coisa?
Ellam explicou que Deus Amantíssimo – a Fonte Criadora – vive com seus anjos na Espiritualidade Superior, ou seja, no Paraíso, que é perfeito. Num determinado dia, há bilhões de anos, resolveu permitir a criação de mundos não-perfeitos na periferia (ou no interior) da Espiritualidade Superior. O escritor denomina então outros dois níveis de espiritualidade como: a Espiritualidade Operacional e, dentro dela, a Espiritualidade Laboratorial.
Para que novos mundos pudessem ser criados, espíritos muito evoluídos – mas imperfeitos – foram autorizados a se projetar no interior da Espiritualidade Laboratorial. Entre dezenas deles um especificamente foi o primeiro a se projetar – o que posteriormente seria conhecido como Javé. A situação de “projetado” significa que apenas um “holograma” do ser passou a ser visto na Espiritualidade Laboratorial. O espírito propriamente dito permanecia na Espiritualidade Superior.
Mas, um acidente difícil de explicar, ocorreu com esse espírito que, paralelamente à projeção explicada anteriormente “caiu” dentro dessa Espiritualidade Laboratorial. É importante explicar que aqueles espíritos, diferentemente dos espíritos humanos, tinham (e têm) a capacidade de se desdobrar, ficando em dois ou mais lugares ao mesmo tempo. Com essa queda, então, o espírito de Javé ficou dividido: parte projetada a partir da Espiritualidade Superior e parte caída na Espiritualidade Laboratorial. A parte que caiu deu início, por acidente, a dois novos mundos: o universo paralelo imaterial (onde não há vida biológica) e onde Javé vive até hoje e o nosso universo biológico.
O DNA do criador e doente
Aqui neste ponto, com a queda de Javé, o seu perispírito que permanecia na Espiritualidade Superior, sofre o que Ellam denomina como “um desmaio”. Com esse ocorrido, a parte do espírito que está caída dentro da Espiritualidade Laboratorial tem a sua ligação com a outra parte rompida, fazendo com que Javé, apenas com sua mente, e já com a alma “desmaiada”, lute pela sobrevivência a qualquer custo. Conforme Ellam, Javé não tem sequer a capacidade de morrer e passou a sobreviver só com a força da mente mas sem controle algum sobre a sua criação.
Então Javé, ao contrário do que pensam os Judeus, não é Deus, a Fonte Criadora mas um dos filhos cocriadores. Todavia, mesmo não sendo Deus, é um ser muito poderoso (pelo menos era nessa época, parece que hoje já não é mais) e, com o seu livre arbítrio, podia criar novos mundos. Então, sua criação – o nosso universo e o universo paralelo – foram criados por acidente e sem nenhuma organização. Javé, ao tentar sobreviver e recuperar a sua alma a qualquer custo, se tornou uma criatura autoritária, desconfiada, insegura, onde rege a lei do mais forte, que tenta controlar tudo nos dois universos. Portanto, Javé, desde a sua queda é um ser doente.
O médium conclui lembrando que todos os seres vivos, incluindo a humanidade terrestre, trazem o DNA “podre” de Javé, o criador. Por isso, no universo – e também na Terra, claro-, a lei do mais forte sempre imperou, desde os animais silvestres e seres aquáticos, até o homo sapiens. O autor conta em várias obras como outros espíritos superiores como Shiva e Vishnu também mergulharem na criação para tentar salvá-la, fato que até hoje ainda não aconteceu.
Ellam pode ser a reencarnação de um personagem importante da codificação Espírita
O escritor natalense esclarece que todas as revelações que traz e que admite não ter certeza se são verdades – só o futuro dirá, afirma – são complementares às revelações codificadas por Allan Kardec, na segunda metade do século IXX, na França. Há, inclusive, quem afirme que Ellam, ou Rogério, é a reencarnação de alguém muito importante que participou da codificação Espírita e que veio concluir a sua tarefa.
O engenheiro e militar Theo Mendes, que é carioca e filho de gaúchos, dedica um capítulo inteiro do seu livro de memórias “Um Homem Comum, uma História, uma Ilha Espiritual”, – publicado pela Editora Nelpa, de São Paulo, em 2010-, ao seu convívio com Jan Val Ellam. Aliás, a obra tem prefácio do próprio Ellam.
“ O Rogério, aparentemente, é a reencarnação de alguém muito conhecido dentro da Doutrina Espírita. Um de seus amigos mais próximos teve a coragem de revelar e escrever em seus livros quem seria este personagem do passado que o Jan Val representa. Esta revelação acontece nos livros metafísicos do psicólogo e ufólogo Nelson Vilhena Granado… Não sei se meu amigo Nelson recebeu autorização do Rogério para colocar esta revelação em seus livros”, questiona Mendes.
E prossegue: “Esta revelação, também foi sugerida no livro ‘Os Muitos Caminhos da Vida” de um médium da África, que assina como Val Eom, pseudônimo de João Moreira Pinto Saraiva”, conta o engenheiro. A obra de Val Eom fui publicada no Brasil, em Angola e em Portugal e foi considerada por alguns, segundo Mendes, ‘O Livro dos Espíritos” do povo africano, com seu sincretismo religioso característico.
“Eu prefiro omitir esta revelação, pois não tenho tal autorização. Quem ler os livros do Jan Val Ellam, em especial o título ‘Muito Além do Horizonte’, pode encontrar veladamente esta possibilidade e concluir, como eu, quem seria este personagem do passado. Particularmente hoje, nem acredito, nem desacredito. Não sei se isto seria bom ou ruim para sua importante missão atual”. Mendes conclui: “Almas velhas, missões novas, revelações diferentes. Talvez uma ligação com a vida anterior, principalmente se famosa, pode até prejudicar uma nova missão”.
Algumas obras do autor como Jan Val Ellam:
-Reintegração Cósmica;
-Caminhos Espirituais;
-Carma e Compromisso;
-Nos céus da Grécia;
-Recado Cósmico;
-Nos Bastidores da Luz I, II e III;
-O Sorrido do Mestre;
-Muito Além do Horizonte;
-Jesus e o Enigma da Transfiguração;
-Fator Extra Terrestre;
-A Sétima Trombeta do Apocalipse: a volta de Jesus;
-O Testamento de Jesus;
-Jesus e o Druida da Montanha;
-O Drama Cósmico de Javé;
-O Drama Espiritual de Javé;
-O Drama Terreno de Javé;
-Crônicas de Um novo Tempo;
-Cartas a Javé;
-Favor Divino;
-O Sorriso de Pandora;
-O Big Data do
-Homoafetividade – O Segredo do Éden;
-O Guardião do Éden;
-Inquisição Trimurtiana;
-Terra Atlantis: O Sinal de Land’s End;
-Terra Atlántis: a Frota Norte;
-Terra Atlantis: a Hera Sapiens;
-O Dharma e as Castas Hindus;
-Inquisição Filosófica;
-A Rebelião dos Elétrons.
Obras como Rogério de Almeida Freitas
-A Teia do Tempo – Com José Renan de Medeiros;
– Inquisição Poética;
– Homo Sapiens: da Guerra ao Esporte;
– Autor do manifesto da Cidadania Planetária (Projeto Orbum).